“Lá está ele!”
A cabeça de Simão e uma dúzia de outras se viram. Em um instante eles entendem. Não é nenhum dignitário.

O rosto carrancudo do centurião fica mais agitado a cada passo reduzido. Ele amaldiçoa o criminoso e a multidão.
“Anda logo!”
“Pouca chance disso acontecer”, Simão diz para si mesmo.
O carregador da cruz para ofegante na frente de Simão. Simão estremece com o que vê. A viga esfregando nas costas já em carne viva. Riachos carmesins riscando o rosto do homem. Sua boca aberta por causa da dor e da falta de ar.
“O nome dele é Jesus”, alguém fala baixinho.
“Anda!”, manda o executor.
Mas Jesus não consegue. Seu corpo se inclina e seus pés tentam, mas ele não consegue se mover. A viga começa a balançar. Jesus tenta equilibrá-la, mas não consegue. Como uma árvore recém-cortada, a cruz começa a cair em direção à multidão. Todos se afastam, exceto o lavrador. Simão instintivamente estende suas mãos fortes e pega a cruz.
Jesus cai com o rosto no chão e fica ali. Simão empurra a cruz de volta ao seu lado. O centurião olha para o Cristo exausto e para o corpulento espectador e precisa apenas de um instante para tomar a decisão. Ele pressiona a parte plana de sua lança nos ombros de Simão.
“Você! Leve a cruz!”
Simão ousa contestar, “Senhor, eu nem conheço o homem!”
“Não me importa. Tome a cruz”.
Simão resmunga, equilibra a madeira em seu ombro e sai da multidão para a rua, do anonimato para a história e torna-se o primeiro em uma fila de milhões que tomarão a cruz e seguirão Cristo.
Ele fez literalmente o que Deus nos chama para fazer figurativamente: tomar a cruz e seguir Jesus. “Se alguém quiser acompanhar-me, negue-se a si mesmo, tome diariamente a sua cruz e siga-me” (Lucas 9:23).
Autor: Max Lucado
Fonte: Gospel Prime
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